O preconceito contra o DJ como artista ainda existe. Muitos pensam que ser DJ é ser alguém que escolhe qualquer música para tocar. Julgam que o DJ é desprovido de ímpeto artístico, que apenas se encontra naqueles que sabem dedilhar uma guitarra ou soprar um saxofone. Mas nós sabemos que para ser DJ, há muito mais regras do que simplesmente escolher músicas. Ser DJ ou não ser DJ, mais do que uma questão filosófica, é ser um artista também. É claro, que como em qualquer meio, existem aqueles que carregam o nome de DJ, mas apenas para glória pessoal, reconhecimento em nossa subcultura, e não pelo puro motivo de fazer uma pista reconhecer sua arte. Assim, as explicações abaixo não são para nós, que já compreendemos esta arte, mesmo não sendo o artista. É, de boa intenção, para os que insistem em ter preconceito contra o DJ, que teimam em afirmar que só as bandas produzem cultura musical. Portanto, vamos presentear estas pessoas com este texto: Gênero O DJ não toca qualquer coisa. Alguns podem pensar que o DJ toca "dance", mas estão errados. Quando alguém se torna DJ, é porque já escolheu um gênero para tocar, seja synth pop, house ou rap. É baseado nesta escolha que o DJ adquire discos para montar seu repertório. Algumas vezes o DJ toca mais de um gênero, mas estes ainda permanecem dentro de um grupo: eletrônico, hip-hop, etc. Repertório Escolher uma lista qualquer de músicas é fácil. E se arte fosse fácil, não seria preciso prêmios para eleger os melhores. O DJ pesquisa, procura, ouve, discute, escolhe e testa muitas músicas, sempre pensando em criar um repertório (ou um "Set") perfeito. Por isto, a escolha de um repertório pelo DJ é muito importante para agradar seus ouvintes. Viradas Muitos DJs fazem isto, mas poucas pessoas percebem. Isto pode ser pelo fato destas pessoas desconhecerem que isto faz parte da arte de ser DJ, ou por conhecerem esta técnica e não perceberem o processo devido ao DJ executá-lo com perfeição. Também chamado de mixar, virar é quando o DJ junta uma música a outra (não necessariamente o final de uma e o começo da outra), sincronizando batidas e melodias, não atrapalhando o ritmo das pessoas que dançam. Efeitos Existem alguns DJs que abusam de efeitos e técnicas, tentando ornamentar sua arte com scratches, backspins e equalização das freqüências. Os que conseguem manusear os efeitos, combinando perfeitamente com os momentos certos, tornam seus repertórios únicos. Por isso, quando o DJ já sabe lidar com seu repertório e suas viradas, ele sente necessidade de dar os toques finais a sua arte. Carisma Como qualquer outro artista, o DJ também é muitas vezes julgado pelo seu carisma, principalmente por aqueles que apreciam sua música. Há DJs que possuem uma técnica simples, mas a euforia que transmitem atrás dos toca-discos anima qualquer um. A melhor combinação é quando, além do carisma, o DJ possui uma técnica versátil combinando os dois. Os ouvintes reagem geralmente de duas formas: ou deliram na pista de dança ou ficam boquiabertos olhando o DJ. Toca-Discos Como a perfeição é o caminho final de tudo no universo, não poderia ser diferente para o DJ. Eles aprendem tudo, montando repertórios organizados, fazendo viradas incríveis, usando os efeitos no momento certo e dançando com a própria música. E como se não fosse suficiente, existem aqueles que não se satisfazem com dois toca-discos. Embora raros, existem DJs que tocam com três ou quatro toca-discos ao mesmo tempo. Fazem todos funcionar ao mesmo tempo, correndo de um lado para outro para ajustar os controles corretamente. São verdadeiros mestres... E agora? O que mais falta para um DJ ser considerado artista?
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